quinta-feira, 1 de março de 2012

Moroscope, o cinemascope tupiniquim!



Professor Leonel Moro, inventor do Moroscope. Semanalmente vinha a RECEP – Escolas Radiofônicas para apresentar o seu programa sobre Astronomia, ficamos amigos e ele na época estava filmando o seu longa metragem e sempre dizia a todos que a sonorização do filme seria por mim realizado, infelizmente por motivos alheios as nossas vontades não efetuei esta sonorização, apesar do fracasso na exibição do referido filme, com certeza iria enriquecer o meu currículo profissional.
Preocupado com a concorrência da televisão, o cinema americano desenterra as lentes anamórficas e cria o processo Cinemascope, nos anos cinquenta.
Leonel Moro, professor de astronomia da UFPR, pesquisa as lentes anamórficas e desenvolve um processo que chamou de Moroscope, utilizando-o em uma série de curtas-metragens sendo um de ficção “Um Soneto" de 1962 e, em 1969, um longa metragem "O Circulo Perfeito", uma história policial que teve apenas uma exibição pública. Eu tive a oportunidade de assistir a este filme, aqui no Cine Guarani do Portão, em uma sessão especial de revisão deste filme.
No necrológio do professor Leonel Moro, falecido 09 de dezembro de 1984 domingo, aos 65 anos, faltou um destaque merecido: a sua atividade como cineasta. Nos anos 50, Leonel desenvolveu um processo de lente anamórfica, que batizou com o nome de "Moroscope" (na época, em que o CinemaScope era a grande novidade) e através desta técnica realizou alguns documentários e uma longa-metragem. "O Círculo Perfeito". Filme policial, com vários artistas paranaenses, seu longa-metragem levou mais de 8 anos para ser concluído e, quando lançado, no cine Rivoli, não teve a acolhida merecida. Desiludido com o cinema, Leonel se voltou à física e astronomia e acabou doando os negativos e cópias de seus filmes à Cinemateca do Museu Guido Viaro. Cabe agora a Cinemateca fazer alguma sessão em homenagem a Leonel Moro, exibindo seus filmes. Além dos méritos de pioneirismo, "O Círculo Perfeito" tem outro significado: um dos atores era Chic-Chic (Otelo Queirolo), o grande palhaço que viveu mais de 50 anos em Curitiba. As únicas imagens animadas de Chic-Chic estão neste filme - que mereceria ser recuperado integralmente.

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